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A chegada do messias

Nitsavim / נצבים

A FÉ NA VINDA DE MASHIACH .

O Rambam, em seus comentários sobre as mishnayot Sanhedrin (cap. 10), escreve os 13 Princípios da Religião Judaica. No 12º princípio escreve sobre a necessidade de termos fé completa na vinda do Mashiach e não pensar que ele demorará. Porém, mesmo que demore, deve-se esperar por sua vinda.

Os Treze Princípios da Torá, transcritos pelo Rambam, são:

1. Acreditar na existência de D’us e em Sua Providência Divina sobre todos os existentes.

2. Acreditar na Unicidade de D’us; e é isso que declaramos no Shemá Yisrael: “...Ad-nai Echad”.

3. Acreditar que D’us não tem corpo e nada que se assemelha à matéria.

4. Acreditar que D’us antecedeu todos os existentes.

5. Acreditar que somente a Ele devemos servir, cumprindo Seus mandamentos.

6. Acreditar que pessoas especiais podem receber profecia do Criador.

7. Acreditar que Moshê Rabênu foi superior a todos os profetas.

8. Acreditar que toda a Torá e suas mitsvot foram transmitidas por D’us a Moshê Rabênu.

9. Não acrescentar ou excluir da Torá absolutamente nada, tanto na Escrita como na Oral .

10. Acreditar que D’us conhece todos os pensamentos das pessoas.

11. Acreditar que quem cumpre as mitsvot será recompensado e quem as transgride será punido.

12. Acreditar na vinda do Mashiach.

13. Acreditar na ressurreição dos mortos.

Ainda em seu livro “Mishnê Torá” (Hilchot Melachim, cap. 11 par. 1.2), o Rambam escreve o seguinte: “O Rei Mashiach, que futuramente se levantará e restituirá o reinado de David como foi em épocas passadas, construirá o Bêt Hamicdash e em seus dias voltarão todas as leis, como no passado. Serão feitos corbanot (sacrifícios) e cumprir-se-ão as leis da shemitá (o 7º ano – ano sabático) e do yovel (50º ano) conforme os preceitos citados na Torá. Todo aquele que não acredita no Mashiach ou que não aguarda sua vinda não descrê somente dos profetas, mas descrê também da Torá e de Moshê Rabênu, pois a Torá diz(Devarim 30:3-5): ‘Veshav Hashem Elokecha et shevutechá verichamêcha, veshav vekibetschá micol haamim asher hefitsechá Hashem Elokecha sháma. Im yihyê nidachachá bictsê hashamáyim misham yecabetschá Hashem Elokecha umisham yicachêcha. Veheviachá Hashem Elokecha el haárets asher yareshu avotêcha virishtáh vehetivechá vehirbechá meavotêcha’ – E te trará o Eterno teu D’us de teu cativeiro e Se compadecerá de ti, e te fará voltar, juntando-te dentre todas as nações para onde te espalhou o Eterno teu D’us. Ainda que o teu desterro esteja na extremidade dos Céus, dali te ajuntará o Eterno teu D’us e dali te tomará. E te trará o Eterno teu D’us à terra que herdaram teus pais e a herdarás e te fará bem e te multiplicará mais do que a teus pais.”

No capítulo 12 (par. 2) escreve o Rambam que ninguém saberá como acontecerão as coisas nos tempos do Mashiach (citadas anteriormente pelo Rambam) até que elas aconteçam, mas cabe a cada pessoa, sim, esperar e acreditar na essência deste mandamento (que é a vinda do Mashiach).

O Talmud (Macot 24) nos relata a seguinte passagem: Certa vez, estavam andando Raban Gamliel, Rabi Elazar Ben Azaryá, Rabi Yehoshua e Rabi Akiva. Ouviram então, em uma distância de 120 “Mil” (115 quilômetros), o barulho da população de Roma. Os três primeiros sábios começaram a chorar enquanto Rabi Akiva sorria. Perguntaram a ele por que estava rindo. Rabi Akiva disse: “E vocês, por que choram?” Os sábios responderam que o motivo do choro era porque os romanos curvavam-se, faziam oferendas de incenso para ídolos e estavam sentados tranqüilos, enquanto eles, os sábios, estavam vendo a casa de D’us, o Bêt Hamicdash, destruído pelo fogo. Não deveriam chorar por isto? Por sua vez, Rabi Akiva respondeu o seguinte: “Se estes que transgridem a vontade de D’us estão sentados tranqüilos, então com certeza qual não será a recompensa do Povo de Israel, que faz a vontade do Todo-Poderoso?

Numa outra ocasião, os mesmos sábios estavam subindo em direção a Yerushaláyim quando chegaram ao Monte Tsofim, de onde se avistava o lugar do Bêt Hamicdash e rasgaram suas vestes (e este é o comportamento correto quando nos aproximamos do lugar do Bêt Hamicdash em nossos dias, em sinal de luto, conforme a Halachá). Quando estavam próximos do Har Habáyit (o Monte do Templo) viram uma raposa que saía do Côdesh Hacodashim, o lugar mais santo do Bêt Hamicdash, onde era proibido entrar, exceto o Cohen Gadol no dia de Yom Kipur). Novamente, Raban Gamliel, Rabi Elazar Ben Azaryá e Rabi Yehoshua começaram a chorar, enquanto Rabi Akiva sorria. Perguntaram-lhe por que estava rindo. Ele perguntou novamente qual o motivo do choro. Os sábios disseram que sobre este lugar que é tão sagrado (o Côdesh Hacodashim) a Torá diz (Bamidbar 1:51, 3:10, 3:38, 18:7): “Vehazar hacarev yumat” – e todo o estranho que se aproximar morrerá – e no entanto agora está sendo invadido por raposas. Não deveriam chorar por isto?

Rabi Akiva retrucou dizendo que consta no Profeta Yeshayáhu (8:2) o seguinte versículo: “Veaída li edim neemanim et Uriyá Hacohen veêt Zecharyáhu Ben Yeverechyáhu” – E terei duas testemunhas de confiança, Uriyá Hacohen e Zecharyáhu filho de Yeverechyáhu. Rabi Akiva explicou qual a relação entre os dois profetas, uma vez que cada um viveu em uma época (Uriyá na época do 1º Bêt Hamicdash e Zecharyáhu na época do 2º): As profecias destes dois profetas estão ligadas entre si. Na profecia de Uriyá consta (Michá 3:12): “Lachen biglalchem Tsiyon sadê techaresh”, que diz que a cidade de Jerusalém estaria abandonada como o campo deserto. Na profecia de Zecharyáhu consta (Zecharyáhu 8:4): “Od yeshevu zekenim uzkenot birchovot Yerushaláyim” – Ainda sentarão idosos e idosas nas ruas de Yerushaláyim. Rabi Akiva disse que enquanto não fosse concretizada a profecia de Uriyá (que viveu na época do 1º Templo), temia que não se realizasse a profecia de Zecharyáhu (pois estavam interligadas). Porém, agora que viram a profecia de Uriyá concretizada (pois Jerusalém estava abandonada ao ponto de raposas circularem no Côdesh Hacodashim), poderiam ter certeza de que a profecia de Zecharyáhu se concretizará. E por isso estava feliz. Depois desta explicação, os outros sábios disseram-lhe (Macot 24b): “Akiva nichamtánu, Akiva nichamtánu” – Akiva, você nos consolou, Akiva você nos consolou.

No livro “Machanê Yisrael” (pág 218), o Chafets Chayim traz alguns exemplos, da nossa história, de personagens que passaram por grandes dificuldades antes de atingirem uma situação de destaque. Avraham Avinu só teve seu filho Yitschac com 100 anos de idade, quando de forma natural isto seria impossível de acontecer. Yossef Hatsadic chegou ao reinado do Egito após 12 anos de prisão. Yaacov Avinu saiu da casa de seus pais foragido pela perseguição de seu irmão Essav e no caminho foi surpreendido por Elifaz (o filho de Essav) que queria matá-lo. Foi necessário que Yaacov lhe desse todos os bens materiais que possuía para que não o matasse. Depois disso, Yaacov ainda passou 20 anos trabalhando duro na casa de Lavan (Bereshit 38:31). Somente depois de tudo isso deu origem às 12 tribos de Israel. Quem poderia esperar ver Yaacov e Yossef juntos no Egito numa honrada situação? Temos ainda o exemplo de Moshê Rabênu que correu o risco de ser capturado pelos egípcios com três meses de idade, quando sua mãe o colocou na cesta no rio Nilo. Quem poderia imaginar que ele seria o mensageiro de D’us para salvar o Povo de Israel da escravidão e posteriormente ser o intermediário da Outorga da Torá?

Deduzimos a partir dessas passagens, que quanto mais difícil, quanto maior a angústia do Povo de Israel, tanto maiores são as esperanças que surgem a partir destas dificuldades para a Redenção do nosso povo.

Livro: Caminhos da eternidade II Rabino Isaac Dichi

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